A hora e vez do Romi-Isetta - Texto de Cecílio Elias Netto
Em 1955, a indústria Romi (barbarense) construiu o carro mais inteligente que podia existir. Mas foi esmagada pela estúpida indústria de carrões.
Foi em 1956 que surgiu, no Brasil – e fabricado pelas Indústrias Romi, barbarenses – o revolucionário carro Romi-Isetta. Era o primeiro veículo produzido nacionalmente. O visionário Emílio Romi conseguiu, em 1955 – da empresa italiana Isso, que o idealizara – o direito de construção no Brasil. Tratava-se de um veículo de praticidade espetacular, mais ainda do que o já minúsculo Fusca. O automóvel de Emílio Romi era para duas pessoas, com portas que se abriam pela frente, atingindo velocidade de até 85km/h, com consumo de combustível de 25 km. por litro.
Seus idealizadores, ainda no pós-guerra, haviam imaginado um veículo pequeno, seguro, barato, que atendesse as necessidades de famílias pequenas, de estudantes, de operários. Tratava-se de um carro mais para circulação urbana, digamos que para uso individual. E o sucesso foi imediato na Europa. Foi como se a Isso italiana – e o barbarense Emílio Romi – tivessem previsto o que haveria de acontecer, com a desvairada fabricação de carrões imensos e pouco inteligentes. Aliás, o próprio Henry Ford – há 90 anos – advertiu e reconheceu: «A cidade está condenada».
O Romi-Isetta durou muito pouco tempo. Acho que até 1961. Foi esmagado pelo poderio das bilionárias empresas automobilísticas que se instalavam no Brasil após a abertura dada por Juscelino Kubitschek. O preço daquele desenvolvimento alucinado foi a morte da razão em favor da ambição. A realidade foi construída para um crescimento desordenado no qual a pessoa humana não foi levada em conta. Como o próprio Marx previra, o capitalismo – depois de conseguir o máximo de onde se instalou – iria em busca de novas oportunidades, novos povos, novas terras. Nos 1960, a América do Sul tornou-se cobiça internacional. Em relação à mobilidade urbana e interurbana, as grandes vítimas foram: os trens, os bondes e o Romi Isetta.
Leia este tema completo a partir de 25 de Março de 2014 carregando aqui
Em 1955, a indústria Romi (barbarense) construiu o carro mais inteligente que podia existir. Mas foi esmagada pela estúpida indústria de carrões.
Foi em 1956 que surgiu, no Brasil – e fabricado pelas Indústrias Romi, barbarenses – o revolucionário carro Romi-Isetta. Era o primeiro veículo produzido nacionalmente. O visionário Emílio Romi conseguiu, em 1955 – da empresa italiana Isso, que o idealizara – o direito de construção no Brasil. Tratava-se de um veículo de praticidade espetacular, mais ainda do que o já minúsculo Fusca. O automóvel de Emílio Romi era para duas pessoas, com portas que se abriam pela frente, atingindo velocidade de até 85km/h, com consumo de combustível de 25 km. por litro.
Seus idealizadores, ainda no pós-guerra, haviam imaginado um veículo pequeno, seguro, barato, que atendesse as necessidades de famílias pequenas, de estudantes, de operários. Tratava-se de um carro mais para circulação urbana, digamos que para uso individual. E o sucesso foi imediato na Europa. Foi como se a Isso italiana – e o barbarense Emílio Romi – tivessem previsto o que haveria de acontecer, com a desvairada fabricação de carrões imensos e pouco inteligentes. Aliás, o próprio Henry Ford – há 90 anos – advertiu e reconheceu: «A cidade está condenada».
O Romi-Isetta durou muito pouco tempo. Acho que até 1961. Foi esmagado pelo poderio das bilionárias empresas automobilísticas que se instalavam no Brasil após a abertura dada por Juscelino Kubitschek. O preço daquele desenvolvimento alucinado foi a morte da razão em favor da ambição. A realidade foi construída para um crescimento desordenado no qual a pessoa humana não foi levada em conta. Como o próprio Marx previra, o capitalismo – depois de conseguir o máximo de onde se instalou – iria em busca de novas oportunidades, novos povos, novas terras. Nos 1960, a América do Sul tornou-se cobiça internacional. Em relação à mobilidade urbana e interurbana, as grandes vítimas foram: os trens, os bondes e o Romi Isetta.
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