domingo, 15 de setembro de 2013

POESIA - Arlete Deretti Fernandes - Os mistérios da noite; O pó das estrelas

 
POESIA - Arlete Deretti Fernandes - Os mistérios da noite; O pó das estrelas
 

Os mistérios da noite

 
 Noite escura e silenciosa,
 Ouço o bailado suave de uma folha que cai.
 Os mistérios da escuridão passeiam de galho em galho,
 De astro em astro, nas órbitas siderais.

Mais adiante um pássaro noturno pia,
 Uma ave corta veloz os ares.
 O boitatá lança labaredas ao longe,
 a mula sem cabeça e o saci-pererê saem correndo.

A coruja, na caça aos ratos, que deixam
Na urina fluorescente seus rastros.
 Ao capturar sua presa, para o alto retorna
 E novamente põe-se a espreitar.

Recolho-me ao meu recinto.
 E o tic-tac do relógio no silêncio do quarto,
 Parece-se com um carrilhão.
 Uma lagartixa corre a parede em diagonal.

Da janela agora aberta, vejo no espaço sideral
 Milhares de pontos brilhantes. A nuvem escura recuou.
 E o borborinho dos pequenos seres, ouço agora.
 Uma rã coacha e formigas surgem do nada.

Quem sou, quem fui, onde estou?
 Pus-me a subir e lá de cima enxerguei.
 Nuvens algodoadas e mares imensos.
 - Quem sou eu, neste universo sem fim?
 
 
 
 
 

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