sábado, 7 de setembro de 2013

Os livros não morrem - Texto recolhido no Blogue Macau Antigo - João Botas

 
Os livros não morrem - Texto recolhido no Blogue Macau Antigo - João Botas
 
Em Setembro do ano passado, nos 10 anos passados sobre a morte de Monsenhor Manuel Teixeira, a Revista Macau publicou um artigo da autoria de Inês Dias que a seguir se reproduz.
 
«O homem é pó, a fama é fumo e o fim é cinza (…) só os meus livros permanecerão (…) e é essa é a minha consolação.» Em Setembro completa-se uma década desde que Macau perdeu um padre, um historiador, um homem das letras, um excêntrico. O padre Manuel Teixeira fez jus à sua célebre frase deixando um valioso contributo para o estudo da documentação histórica, religiosa e cultural de Macau. São mais de 130 livros, outras centenas de cartas e estudos dedicados à história da presença dos portugueses em Macau e no Oriente
 
Manuel Teixeira não se restringiu apenas ao papel de sacerdote: é considerado uma verdadeira instituição da cidade e quem passar pela história de Macau terá de passar obrigatoriamente pelas mais de 50 mil páginas escritas pelo homem que dedicou uma vida à pesquisa, análise e organização de dados. «Não criou muito mas investigou e publicou. Fez muito o trabalho dos copistas da Idade Média, fazendo chegar até nós dados valiosos», refere a historiadora Beatriz Basto da Silva.
 
A imagem icónica de um homem de batina branca e longas barbas da mesma cor a atravessar a Ponte Nobre de Carvalho – inaugurada em 1974, a primeira ligação fixa entre a península e a ilha da Taipa – até pela imprensa internacional foi imortalizada. Este trajecto diário Macau -Taipa - Macau era cumprido religiosamente e servia de momento de reflexão. Só uma trombose, sofrida na década de 1990, que o deixou paralisado temporariamente, viria a por termo a esta travessia.
 
Homem ávido por caminhar e explorar o território, conhecia-o de ponta a ponta. A sua obra Toponímia de Macau é prova disso. «Vem comigo passear por essas ruas que eu te contarei a sua história como amável guia turístico» é o convite que o padre faz aos leitores no seu prefácio.
 
 
 
 

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