ACONTECEU EM CRAVINHOS; OU A TRISTE SINA DO MAURINHO - Por Antônio Carlos Affonso dos Santos - Acas
Prefácio
Há muitos anos, li um texto do Dalton Trevisan, onde ele falava de um incidente numa rua de Curitiba. Baseado nas minhas lembranças (uma vez que não me lembro exatamente de como era o texto) e devido à depressão que me abala neste momento, resolvi criar um texto com mesmo mote.
Há muitos anos, li um texto do Dalton Trevisan, onde ele falava de um incidente numa rua de Curitiba. Baseado nas minhas lembranças (uma vez que não me lembro exatamente de como era o texto) e devido à depressão que me abala neste momento, resolvi criar um texto com mesmo mote.
Troquei a cidade e, quero crer, todos os acontecimentos. Espero que gostem. O Dalton Trevisan é um de meus escritores preferidos: um craque!
Nosso herói, o Maurinho, vinha apressado. Em plena Rua XV de Novembro, trazia no braço esquerdo, envolta em papel manilha vermelho amarrado por cordonê, uma garrafa de cachaça dos Pieri.
O Maurinho era um ícone dos cachaceiros da cidade, uma vez que diferente da maioria dos pau-d’águas conhecidos, Maurinho era branco e jovem; pouco mais de vinte anos! Ele não havia bebido naquele dia, por incrível que pareça: ele havia recém chegado de Ribeirão Preto, onde foi fazer uma consulta no Hospital das Clínicas.
Um médico da cidade havia feito a solicitação há uma semana, de um exame de imagem do fígado. Tão logo saiu do HC de Ribeirão, tomou o ônibus da empresa Bellini, voltando à cidade onde morava. Dormiu todo o trajeto de quarenta e cinco minutos, por conta de uma dor de cabeça terrível. Desceu ao lado da Praça do Mercado, para onde se dirigiu e adquiriu uma garrafa da cachaça que estava em seu poder.
Passou defronte à «Casa Berbel e Carrascoza», na Rua Cesário Mota e seguiu direto para a Rua XV. Sentiu-se mal quando caminhava: um amargor terrível veio à boca, causando um desconforto. A dor de cabeça aumentou. Na altura da «Casa Libaneza», o Maurinho resolveu parar.
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