sábado, 21 de setembro de 2013

Histórias da Vida Real - Crónicas por Martim Afonso Fernandes - A Cadeia Pública

 
Histórias da Vida Real - Crónicas por Martim Afonso Fernandes - A Cadeia Pública
 

Em minha cidade natal tive vários amigos mais velhos, ou melhor, «com mais tempo de casa neste planeta!». Há amizades que conservo até hoje.
Alguns já mudaram-se para o piso de cima. E é muito bom recordar!

A cadeia pública ficava próxima da usina de geração de energia, da lagoa de alimentação e circulação do sistema energético. O acesso à cadeia era pela rua principal, onde localizavam-se estabelecimentos comerciais e residências.

Como os moradores eram ordeiros, se o carcereiro dependesse do dinheiro da carceragem para viver, morreria de fome.
A cadeia já servia de moradia para o policial responsável.

O movimento do Porto era ininterrupto. De vez em quando algum marinheiro tomava umas graspas fora da conta e aparecia fazendo algazarra.
A polícia logo fazia o convite e o levava para curtir o porre e «ver o sol nascer quadrado». A ordem de descanso era de doze horas.

Quando era alguém de Imbituba, conhecido do delegado ou do policial, que desse algum apronto, era recolhido para que servisse de lição.

A cela tinha grade de madeira e era fechada por fora. Só o nome «cadeia» já impunha respeito ou medo.

Geralmente depois do preso completar umas duas horas de estágio, o policial chamava o detento e dizia:
- Vou dar uma volta. Lá naquele canto tem uma taboa solta. Levanta e sai pelo buraco, mas coloca a taboa no lugar. Some, porque se eu te pegar por aí, vais passar uma semana toda dentro do cubículo.


Leia este tema completo a partir de 23 de Setembro carregando aqui.


 


 


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