A Mulher Certa de Sándor Márai - Texto recolhido em «As Leituras de Madame Bovary»
O amor é, desde Platão, uma questão política. A ligação amorosa coloca tudo o que há de mais límpido e visceral na mesa – é no fundo o significado de intimidade.
Implica a perda do controlo total da situação, o arrebatamento pela paixão, a vertigem da entrega – todas as cartas na mesa.
Embora todas as pessoas desejem viver um grande amor, nem todas são capazes: há todo um conjunto de factores como o medo, a insegurança, o preconceito, as diferenças sociais, os abismos culturais, que impedem a rendição absoluta. Além disto, há os que preferem continuar a jogar, depois de verem a mão dos outros, porque acham que pode haver uma mão mais alta algures capaz de os satisfazer profundamente.
A Mulher Certa de Sándor Márai fala da pessoa certa, de amor, de mentira, de manipulação, de dor e solidão. Um livro que deve ser lido numa noite de insónia. A moral da história? Para poucas pessoas existe uma pessoa certa e para uma infinidade ainda menor esta pessoa coincide com o ser amado.
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