Crónica de José Pedreira da Cruz - As Cerejeiras do Japão
Sou um brasileiro que vergonhosamente nunca viu um Pau Brasil (razão do batismo de meu País), esquecido por todos e quase que exterminado descaradamente pelo ganancioso vandalismo económico no transcorrer de séculos, mas que muito admira a beleza exuberante do Sakura, ou «Sakurá», como se pronuncia em japonês; ou simplesmente cerejeira, como se diz por aqui.
Quando chega o mês de agosto as abelhas abrilhantam com seus zumbidos incessantes a festa das cerejeiras do Parque do Carmo: um dos maiores da cidade de São Paulo localizado na sua zona leste.
A revoada de beija-flores e de insetos à procura do néctar das flores rosadas é intermitente e uma sensação de se estar envolvido com a natureza faz com que, todos os anos, este espaço ambiental se torne alvo da visitação pública, aonde os olhos se encantam com a beleza ímpar da florada das cerejeiras, sutilmente transformando em róseo tudo que por ali antes era verde.
O quê deveria ser orgulhosamente chamado de festa do Pau Brasil, chama-se de festa do «Sakurá», isto em razão dos imigrantes japoneses terem pacientemente transladado oceanos com mudas de cerejeiras do Japão e presenteado o Brasil com sua árvore símbolo nacional, e que, anualmente, se jubilam com orgulho, cânticos, comilanças, danças, ritmos, respeito, alegria e admiração.
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