Os 500 anos da Conquista de Azamor, no Algarve Dalém Mar. - Texto de Fernando Pessanha
O presente mês de Setembro de 2013 assinala um dos maiores feitos militares da história da expansão ultramarina portuguesa: a conquista de Azamor (em árabe أزمور), em Marrocos.
Segundo cronistas como Rui de Pina ou Garcia de Resende, Azamor, temendo ser tomada pela força das armas portuguesas, tornou-se tributária de D. João II, em 1486. D. Manuel I ainda confirmou os termos do contrato com Azamor, em 1497, porém, a fidelidade dos seus habitantes à Coroa portuguesa foi muito irregular depois de 1502, revoltando-se contra a soberania portuguesa e deixando de pagar os tributos acordados.
Em 1508, Rodrigues Bérrio, um armador de Tavira que costumava ir pescar sáveis a Azamor, deu conhecimento a D. Manuel I das grandes divisões entre os seus habitantes e do desejo que alguns manifestavam em se tornar súbditos de Portugal.
Atendendo a esses motivos, foi enviada uma armada (50 navios e 2.500 homens) sob o comando de D. João de Menezes, com o apoio de um príncipe oatácida que já estivera em Portugal, Muley Zião. Porém, a expedição fracassou, não só porque o aliado mudara de posição, mas também porque os meios envolvidos se revelaram insuficientes para tomar a praça.
As intenções em tomar Azamor mantiveram-se até que, em 1513, deu-se um levantamento geral em Portugal, num ambiente de vibração patriótica registado por Gil Vicente, no seu Auto da Exortação da Guerra.
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