Ode ao dióspiro - Texto de Leocardo
Recolhido no Blogue Bairro do Oriente
Quando tinha os meus sete ou oito anos tinha por hábito acompanhar a minha avó maternal ao Mercado Municipal, ou «praça», como lhe chama o povo. Foi graças a essas excursões de compras que desenvolvi uma certa dureza de estômago, que me permite encarar certas opções alimentares que custa a muito boa gente aceitar.
Tratava por tu as iscas de porco, as morcelas, o bucho – estômago de porco, que quando cru exala um cheiro pestilento – torresmos, enguias e tudo mais. Foi graças a este estímulo que não me incomoda o cenário dos mercados de Macau, com o peixe, as aves e as rãs a serem executados, escamados e depenados a pedido do freguês, de modo a garantir a frescura.
Para mim, que assisti ao meu pai a degolar centenas de galinhas e patos e esfolar dúzias de coelhos, isto não é nada. Aliás, já cheguei a fritar um peixe que ainda mexia enquanto o óleo a ferver lhe começava a conferir uma cor bronzeada.
Voltando às idas à «praça» com a minha avó. Numa dessas viagens passámos pela secção das frutas, e a boa velhinha compra meia dúzia de um fruto desconhecido, semelhante ao tomate, mas com uma cor alaranjada.
Caro Leocardo,
ResponderEliminarNão sou especialista em caquis, mas aqui no Brasil, em especial na cidade de São Paulo e regiões próximas, existem muitos tipos de caqui. Há cerca de dois anos, fui numa exposição de caquis de uma cidade que dista 100 km de São Paulo ( a cidade chama-se Itapira -cujo nome vem da língua Tupi e significa "pedra de fogo"). Na tal exposição foram exibidos nove tipos de caquis, eu conhecia apenas três ou quatro variedades). O caqui que você se refere, como o mais cremoso e doce e sem sementes é de tamanho médio; aqui ele é conhecido como a "variedade" Rama Forte. Existe ainda outro, que tem sementes e se chama caqui tomate, outro muito consistente (nunca fica mole, ainda que maduro, cujo nome é Fuyu. O mais consumido por essas bandas, além do "Rama Forte", ao qual você se referiu, é o "caqui chocolate", cuja polpa tem a aparência de chocolate; e é tato ou mais doce que o "rama forte". Existem outros de tamanho descomunal (alguns maiores que uma maçã Fuji, talvez cheguem a pesar 500 gramos (uma libra; ou 1/2 kgf). Desse, o grande, não sei o nome da variedade.
Espalhando-se, hoje por quase todas as regiões de clima temperado e subtropical do mundo.
O caquizeiro foi introduzido no Brasil por volta de 1890, em São Paulo, mas a sua expansão só ocorreu a partir de 1920 com a chegada dos
imigrantes japoneses que trouxeram, além de mais variedades, o conhecimento sobre a cultura. Atualmente o caqui é cultivado
principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país, sendo que em São Paulo a cultura é bastante desenvolvida, com quase 1 milhão de pés
plantados. As variedades são muito diferentes uma das outras. Há as variedades doces (sem tanino), as taninosas (tanino é aquela
substância que amarra a boca quando mordemos um caqui verde), que exigem tratamento de destanização pós colheitas e as variáveis
(que são taninosas quando não tem sementes e doces quando tem semente e ficam com coloração achocolatada). O estado de São
Paulo é o maior produtor de caqui do Brasil, com 104 mil toneladas em 2006. O ETSP da CEAGESP comercializou em 2006, 22 mil
toneladas de caqui, 22% do volume paulista, no valor de R$ 27 milhões. Em 2006, o ranking do caqui na CEAGESP, ficou da seguinte forma:
32º lugar em toneladas e 27º em volume financeiro.
O caqui (Diospyrus kaki), da família das Ebenáceas, é originário da Ásia e cultivado há séculos, principalmente na China e no Japão,
Variedades
a)Taubaté
b)Rama-forte
c)Fuyu
d)Kyoto
e)Guiombo
Cor
a)Vermelha
b)Vermelha
c)Laranja
d)Laranja
e)Laranja
Consumo
a)Mole
b)Mole
c)Crocante
d)Crocante
e)Crocante
Formato
a)Globoso
b)Achatado
c)Globoso achatado
d)Ovóide
e)Ovóide
Grupo
a)Taninoso
b)Variável
c)Doce
d)Doce
e)Variável
Sazonalidade (no Brasil)
a)Fevereiro a março
b)Fevereiro a junho
c)Fevereiro a junho
d)Março a maio
e)Fevereiro a junho
Taubaté/ Rama-forte/ Fuyu/ Guiombo/ Kyoto
MORFOLOGIA DO CAQUI
Cálice Pedúnculo
Sépala
Pericarpo
Semente
Base
Ápice
Lóculo
Polpa
Desenhos: Bertoldo Borges Filho/CQH-Centro de Qualidade em Horticultura CEAGESP
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Leocardo,
ResponderEliminarPermita-me um reparo no meu comentário, cujo erro não foi notado no ato.
A cidade de Itapira, mencionada no texto, tem o significado (em língua tupi) Pedra do peixe; e não pedra de fogo. Me perdoe.