segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

M.ª Pia uma patriota que Isabel S. Godinho quer trasladar para Portugal

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M.ª Pia uma patriota que Isabel S. Godinho quer trasladar para Portugal

"Maria Pia é a única Rainha que está sepultada no estrangeiro. Ela era uma grande patriota, uma grande portuguesa por isso é que a quero trazer para Portugal", disse a responsável que já em 2005 encetou contactos para a trasladação.
A Rainha Maria Pia, falecida 05 de Julho de 1911 em Stupinigi (arredores de Turim), encontra-se sepultada no panteão dos Sabóia na Basílica de Superga, em Itália.
"Gostaria muito que o Governo me ajudasse, pois só o Governo pode fazer um funeral de Estado que é devido a uma Rainha por protocolo", esclareceu.
"Gostava – prosseguiu - que o Governo se sensibilizasse para o centenário da morte de uma grande portuguesa que está enterrada em Soperga e que pediu que a enterrassem com a cabeça virada para Portugal, isto quer dizer alguma coisa, os seu estão cá".
Para a directora do Palácio, "Maria Pia preferia morrer ou sofrer na pele a República do que ir para o exílio. Se lhe tivessem dito isso, teria recusado. A Rainha embarcou na Ericeira convencida que ia para o Porto".
A data de Julho seria a ideal, "gostaria que o corpo da Rainha chegasse e pudesse ir para São Vicente de Fora, fosse rezada uma missa bonita com Te Deum, e com tudo a que ela tem direito".
Esta não é a primeira vez que Isabel Silveira Godinho faz esforços para trazer o corpo da soberana, mas em Janeiro irá reunir-se com a Presidência da República para que se reiniciem as diligências.
Em 2005 foi tentado e "tudo ia nesse sentido, o chefe da Casa Real portuguesa, D. Duarte de Bragança escreveu as cartas necessárias, a família Sabóia autorizou a trasladação, estava tudo tratado, havia até um orçamento que não era nada exagerado", contou.
"Gostava que pudesse vir de barco pois foi de barco que viajou de Itália para casar em Portugal com o Rei D. Luís", acrescentou.
Para Isabel Silveira Godinho não se justificam quaisquer fantasmas à centenária República.
"Já passou tempo suficiente para a República estar bem consolidada e não haver qualquer medo, [não há receio] pelo facto da Rainha vir para Portugal poder abalar o quer que for na sociedade portuguesa", sublinhou.
Um sentimento bem diverso daquele que a Rainha suscitou quando chegou a Portugal em 1862. "Ela chegou e marcou logo uma posição. Qualquer pessoa que sai da normalidade ou se gosta muito ou se detesta", disse.
Maria Pia de Sabóia chegou a Portugal com 14 anos, "vinda de uma corte onde se vivia a glória da vitória, pois o seu pai [Victor Manuel II] foi o unificador da Itália".
A jovem princesa "vinha com uma alegria e maneira de viver que contrastava com a corte portuguesa que estava enlutada pela morte de D. Pedro V no ano anterior".
(ES)






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