sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Isabel Silvestre edita “Memória de um povo”

Livros

Isabel Silvestre edita "Memória de um povo"

"Memória de um povo", que é acompanhado de um CD com o "Cantar dos Reis" (1982), reúne advinhas, lengalengas, expressões, pragas, contos, provérbios, etc..
"Uma recolha de vidas, todo o contexto do livro são tradições que não se conhece quando e de onde vieram, e que foram transmitidas de geração em geração", disse Isabel Silvestre.
A autora salientou que "há ainda muito para recolher" e que o seu sonho "é poder um dia criar uma fundação-museu que apoie e divulgue este trabalho de recolha e dinamização e o estimule".
"Há muita coisa para mostrar, instrumentos, trajes e até sabores, percursos a fazer, coisas com as quais podemos aprender", acrescentou.
Na opinião de Isabel Silvestre, "mais do que um registo, [este livro] é uma transmissão para os mais jovens".
"Acho que temos de ter forças de pôr cá fora [as tradições] e sensibilizar os mais novos para que bebam nestas fontes para continuarmos a ser o povo que somos", disse.
"Passar o testemunho às novas gerações" é uma das condições que Isabel Silvestre reputa de essencial, "para que não se perca a identificação das terras e a nacional".
A cantora e ex-autarca independente de Manhouce está confiante de que os mais novos estão interessados, mas "é essencial que os mais velhos sejam capazes de os sensibilizar e levá-los a interessarem-se por quem são.
Têm de ser os mais velhos a ensinar-lhes o caminho para que bebam nestas fontes", rematou.
"Muitas das tradições ainda se encontram vivas em Manhouce", garantiu.
Manhouce "situa-se em pleno coração da serra da Gralheira e durante anos esteve isolada", o que permitiu que se mantivessem intactas tradições de séculos, explicou.
O livro inclui uma introdução à aldeia de Manhouce (S. Pedro de Sul) e ainda um capítulo ao "modo de falar" específico, bem como quadras, romances, cantar ao desafio e as "Histórias do Zé do Gestoso". Na parte do cantar incluem-se os poemas e as pautas.
Actualmente, Isabel Silvestre ensina um grupo de raparigas (entre os 10 e os 15 anos) "a cantar Manhouce".
(ES)

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