O VERDE DA MATA - Prosa poética de Ilona Bastos
Pode pensar-se, ou mesmo dizer-se, que o verde é simplesmente verde. Mas não é. Nunca o verde é simplesmente verde - é sempre complexamente verde.
Observem-se as nuances, as sombras, os brilhos. Os toques de veludo, de cetim, ou de serapilheira agreste. E como tudo se reflecte e nos atinge em incontáveis tons que nem o nosso mais minucioso olhar destrinça. E como nos tons se adivinham cheiros, mais ou menos silvestres, ou densos, ou ténues, ou voláteis. E como na sinuosidade das formas sentimos o gosto, doce ou amargo, ácido ou acariciante, desta Natureza em festa...
Poderia ficar, infinitamente, a escrever ou pensar sobre minudências irrelevantes, tais como os tons de verde no arvoredo, ou o seu aspecto pontilhado ou de pincelada larga impressionista, de surpreendente brilho ou elegância realista.
Certo que ninguém, senão eu, retiraria prazer dessas análises minimalistas e imprestáveis. Mas que fazer? Se tirar eu prazer, é já alguma coisa! A tantas tarefas me dedico que a ninguém dão prazer - nem a mim própria, que as executo pelo sentido do dever...
Pode pensar-se, ou mesmo dizer-se, que o verde é simplesmente verde. Mas não é. Nunca o verde é simplesmente verde - é sempre complexamente verde.
Observem-se as nuances, as sombras, os brilhos. Os toques de veludo, de cetim, ou de serapilheira agreste. E como tudo se reflecte e nos atinge em incontáveis tons que nem o nosso mais minucioso olhar destrinça. E como nos tons se adivinham cheiros, mais ou menos silvestres, ou densos, ou ténues, ou voláteis. E como na sinuosidade das formas sentimos o gosto, doce ou amargo, ácido ou acariciante, desta Natureza em festa...
Poderia ficar, infinitamente, a escrever ou pensar sobre minudências irrelevantes, tais como os tons de verde no arvoredo, ou o seu aspecto pontilhado ou de pincelada larga impressionista, de surpreendente brilho ou elegância realista.
Certo que ninguém, senão eu, retiraria prazer dessas análises minimalistas e imprestáveis. Mas que fazer? Se tirar eu prazer, é já alguma coisa! A tantas tarefas me dedico que a ninguém dão prazer - nem a mim própria, que as executo pelo sentido do dever...
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