sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A menina e a metralhadora - Texto de Cecílio Elias Netto


A menina e a metralhadora - Texto de Cecílio Elias Netto

 Quando crianças – estimuladas pelos pais – aprendem a atirar com metralhadoras, descortina-se o sombrio futuro da humanidade.

 Lenda ou realidade, passou à história a resposta de Einstein, a um jornalista, a respeito de guerras. Foi logo após o término da II Guerra Mundial. O repórter ter-lhe-ia perguntado como, em sua opinião, viria a acontecer a Terceira Guerra Mundial. A resposta de Einstein, surpreendente, aterradora: «A Terceira eu não sei. Mas a Quarta será com arco e flecha». Verdadeira ou não, a previsão ainda é válida.

 Desgraçadamente, a história da humanidade continua sendo escrita pela história das guerras. A paz entre os povos acontece em intervalos tão fugazes que quase não importa. Sendo já veterano jornalista – e muito tendo caminhado na vida – estou entre as testemunhas de que, desde a II Guerra Mundial, não houve paz no mundo.

Guerras continuaram pipocando de um lado e de outro. Terminado o horror contra o nazismo, veio a Guerra Fria, vieram as guerras na Coreia, no Vietnam, na Africa, no Oriente Médio, no mundo todo. Revoluções, golpes militares e políticos, ditaduras.

 Qualquer estudante de política internacional sabe que o mundo apenas encontra algum equilíbrio quando houver a bipolaridade de poder, um grupo de nações equilibrando-se diante do grupo contrário. A hegemonia do poder – como ocorre agora com os Estados Unidos, após o desaparecimento da União Soviética – é a implantação da tirania. E a multipolaridade – muitos poderes espalhados e contrapondo-se entre si – cria a desordem.




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