LER - Por Maria Àlvaro
«Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo.»
Fernando Pessoa
Sempre tenho tido esta sensação. Ler é permitir deixar-se levar por uma pessoa, uma única pessoa... A forma de Livro dá uma impessoalidade ao que está escrito que facilita a TENDENCIA para se aceitar como inegáveis as afirmações nele expostas. Não há um visível interlocutor humano com suas hipotéticas falhas. Não há o estímulo do rebate, ainda que o possamos conceber em pensamento. Pensar sem o retorno verbal e oportuno do opositor enfraquece a visão e a vontade do leitor .
Ainda que eu adore ler e tenha fundamentado toda a minha formação cultural na leitura, tenho que concordar com Fernando Pessoa. O Livro propicia ao leitor a sensação de Verdade impessoal e, por isso, com características absolutas, quase divinas e inquestionáveis. Por essa razão, é requisito fundamental de um bom Ensino Escolar treinar leitores no sentido de manterem a necessária distância, de forma a conservarem uma capacidade crítica apurada e não se deixarem envolver demasiado pelo que lêem.
O leitor pode e deve ler com espírito crítico. Ainda assim, eu acredito que haja maior facilidade de convencimento no processo da leitura do que num diálogo real. O leitor está a sós consigo mesmo e apenas com as verdades do escritor. Não é despertado para a realidade concreta da pessoa do outro. Ocorre, assim, um processo tipo hipnose.
«Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo.»
Fernando Pessoa
Sempre tenho tido esta sensação. Ler é permitir deixar-se levar por uma pessoa, uma única pessoa... A forma de Livro dá uma impessoalidade ao que está escrito que facilita a TENDENCIA para se aceitar como inegáveis as afirmações nele expostas. Não há um visível interlocutor humano com suas hipotéticas falhas. Não há o estímulo do rebate, ainda que o possamos conceber em pensamento. Pensar sem o retorno verbal e oportuno do opositor enfraquece a visão e a vontade do leitor .
Ainda que eu adore ler e tenha fundamentado toda a minha formação cultural na leitura, tenho que concordar com Fernando Pessoa. O Livro propicia ao leitor a sensação de Verdade impessoal e, por isso, com características absolutas, quase divinas e inquestionáveis. Por essa razão, é requisito fundamental de um bom Ensino Escolar treinar leitores no sentido de manterem a necessária distância, de forma a conservarem uma capacidade crítica apurada e não se deixarem envolver demasiado pelo que lêem.
O leitor pode e deve ler com espírito crítico. Ainda assim, eu acredito que haja maior facilidade de convencimento no processo da leitura do que num diálogo real. O leitor está a sós consigo mesmo e apenas com as verdades do escritor. Não é despertado para a realidade concreta da pessoa do outro. Ocorre, assim, um processo tipo hipnose.
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