quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Numa aldeia na montanha - Conto de Daniel Teixeira


Numa aldeia na montanha - Conto de Daniel Teixeira 

 Era um aldeia algures por Deus e pelos homens colocada no topo de um monte que ficava no topo de uma montanha. Os Tempos, Deus e os homens tinham mantido aquela aldeia tão isolada durante tantos dos últimos anos que eram agora nenhuns os contactos que aquela gente tinha com as gentes das aldeias mais próximas, estas também colocadas por Deus e pelos homens no topo de outros montes que ficavam noutros topos da montanha.

 Apenas, e de quando em vez, e quando Deus e o Vento ajudavam, se ouvia, sempre ao longe, muito ao longe, o tocar dos sinos das Igrejas: por vezes era ao Domingo, era o dia das Missas, outros dias, sem dia nem hora marcada, eram os dobres de finados que soavam, tilintando uma morte, lá longe, muito ao longe, mesmo muito ao longe, ou cá perto, dentro da pequena aldeia.

 Os caminhos, íngremes, pedregosos e talhados nas encostas pelas botas grossas dos homens, pelas rijas tamancas das mulheres e pelo casco dos animais eram difíceis de percorrer e eram longos, aqueles caminhos, eram mesmo muito longos e aquilo que se via, aquela horta além, aquela árvore ali, aquele pasto ao fundo, e que pareciam ficar logo ali, nunca ficavam mesmo logo ali, onde a vista os via, era sempre mais longe, tinha sempre mais caminho a percorrer, havia sempre um caminho que parecia estender-se cada vez mais e mais à medida que se o pisava.


Leia este tema completo a partir de 31 de Agosto de 2014 carregando aqui

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