quarta-feira, 3 de setembro de 2014

árabes e judeus, aqui - Texto / Crónica de Cecílio Elias Netto


árabes e judeus, aqui - Texto / Crónica de Cecílio Elias Netto 

 A harmoniosa convivência entre árabes e judeus em Piracicaba impede-nos de entender a estupidez do fratricídio no Oriente Médio.

A história humana – contada pelos chamados livros sagrados – foi e continua sendo escrita com sangue e discórdias. O Deus monoteísta – de judeus, cristãos e islamitas – causa muito mais espanto por sua cólera do que pela misericórdia. Pelo menos, para mim. Desde o Eden, as coisas são complicadas. Criando o homem, Eva e Adão, eis que, por uma desobediência, os expulsa do paraíso. Coitados, cuja única culpa foi a de serem humanos.

 E os conflitos seguem em frente: Caim mata Abel; os filhos de Noé brigam entre si. E Abrahão – pai da nova fé – é testado de uma maneira brutal, quase inacreditável. Deus ordena que ele mate o próprio filho, Isac, que se tornaria Jacó. Por que isso? Para assustar o velho Abrão, para judiar dele? E esse mesmo Abrão que, sem qualquer piedade, expulsa o filho Ismael, gerado por sua amante Agar, a escrava? Por capricho e ciúme de Sara, que gerou Isac, Abrão divide a sua própria carne e divide a humanidade. Isac, o judeu, é irmão de Ismael, o negro filho da escrava Agar. E ambos são semitas, descendentes de Sem. Desde o início, pois, a luta é fratricida.

Uma história complicada e penso ser melhor não escarafunchá-la muito, para não nos perdermos em perplexidades e confusões. Abrão tenta matar o próprio filho, Deus não socorre Jesus, que lhe pede socorro ao ser crucificado. Que pai humano pode entender essa loucura divina? Vai daí que, pelo visto, até hoje a história continua complicando-se, na estupidez familiar entre árabes e judeus. E na chamada Terra Santa. E em todo aquele universo oriental onde a história judaico -cristã - muçulmana começou. Quem se lembra que Abrão nasceu em Ur, onde está o Iraque?



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