«FELIZES PARA SEMPRE» UMA OVA! - Por Marcelo Pirajá Sguassábia
O sujeito dá vida à gente, cria aquela história maravilhosa, diz que todos viveram felizes para sempre, põe um ponto final e se arranca. Nunca mais volta para ver o que aconteceu depois às suas indefesas criaturas, no mundo do faz-de-conta.
Ora, quem põe filho no mundo tem responsabilidades a honrar. Como é que pode um autor se comprometer com a posteridade e colocar sua credibilidade em jogo, fadando seus personagens a um destino cor-de-rosa sem dar a eles meios para isso? Felizes para sempre, essa é boa...
Vejamos o drama do Prático, o porquinho precavido que construiu a casa de tijolos. Como o conto de fadas tinha que terminar logo, o suíno se viu forçado a correr com a obra e uma semana depois a casinha tinha infiltração, três grandes rachaduras que iam do chão ao teto e um fiscal da prefeitura todo dia batendo na porta, atormentando o proprietário por causa do Habite-se.
Tão logo tomou conhecimento do infortúnio, o lobo voltou à casa e nem precisou soprar para que viesse abaixo. Em dois minutos já estava com os três leitões debaixo do braço. Pôs Cícero para engordar no chiqueiro, Heitor foi alocado nos afazeres domésticos da casa avarandada do malvado e Prático foi obrigado a travestir-se de veado e ganhar a vida com ofícios pouco familiares, entregando ao lobo todo o michê do dia.
O sujeito dá vida à gente, cria aquela história maravilhosa, diz que todos viveram felizes para sempre, põe um ponto final e se arranca. Nunca mais volta para ver o que aconteceu depois às suas indefesas criaturas, no mundo do faz-de-conta.
Ora, quem põe filho no mundo tem responsabilidades a honrar. Como é que pode um autor se comprometer com a posteridade e colocar sua credibilidade em jogo, fadando seus personagens a um destino cor-de-rosa sem dar a eles meios para isso? Felizes para sempre, essa é boa...
Vejamos o drama do Prático, o porquinho precavido que construiu a casa de tijolos. Como o conto de fadas tinha que terminar logo, o suíno se viu forçado a correr com a obra e uma semana depois a casinha tinha infiltração, três grandes rachaduras que iam do chão ao teto e um fiscal da prefeitura todo dia batendo na porta, atormentando o proprietário por causa do Habite-se.
Tão logo tomou conhecimento do infortúnio, o lobo voltou à casa e nem precisou soprar para que viesse abaixo. Em dois minutos já estava com os três leitões debaixo do braço. Pôs Cícero para engordar no chiqueiro, Heitor foi alocado nos afazeres domésticos da casa avarandada do malvado e Prático foi obrigado a travestir-se de veado e ganhar a vida com ofícios pouco familiares, entregando ao lobo todo o michê do dia.
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