Minha mãe - Texto de Daniel Teixeira
As pessoas como a minha mãe nunca deveriam envelhecer, não é que ela seja diferente das outras mães, que também não deveriam envelhecer, acho eu, é apenas um sugestão, mas deveriam as mães todas amadurecer, assim como os cereais, como as frutas, como os legumes, sei lá, qualquer coisa assim que lhes desse aquele ar de já não serem jovens mas que não lhes desse aquele ar de planta, flor ou fruto em deperecimento, fracamente agarradas aos ramos das árvores e ameaçando continuamente que vão cair no solo e por lá ficar.
Não sou muito hábil a escrever sobre estas coisas, a minha escrita não se coaduna muito com as coisas que eu acho tristes, porque sempre tenho tido uns laivos de humor, e sempre tenho achado isso indispensável para escrever, mas neste caso acho que não posso, não devo e não posso usar esse humor em relação ao facto da minha mãe, e todas as mães, acho eu, não deverem envelhecer.
Custa um bocado a gente, os filhos e filhas, verem as suas mães envelhecerem daquele género de envelhecimento que já não é amadurecimento mas sim quase uma ameaça de termos perante nós a sua queda eminente, como fruto caído de uma árvore a que devemos chamar de árvore da vida.
As pessoas como a minha mãe nunca deveriam envelhecer, não é que ela seja diferente das outras mães, que também não deveriam envelhecer, acho eu, é apenas um sugestão, mas deveriam as mães todas amadurecer, assim como os cereais, como as frutas, como os legumes, sei lá, qualquer coisa assim que lhes desse aquele ar de já não serem jovens mas que não lhes desse aquele ar de planta, flor ou fruto em deperecimento, fracamente agarradas aos ramos das árvores e ameaçando continuamente que vão cair no solo e por lá ficar.
Não sou muito hábil a escrever sobre estas coisas, a minha escrita não se coaduna muito com as coisas que eu acho tristes, porque sempre tenho tido uns laivos de humor, e sempre tenho achado isso indispensável para escrever, mas neste caso acho que não posso, não devo e não posso usar esse humor em relação ao facto da minha mãe, e todas as mães, acho eu, não deverem envelhecer.
Custa um bocado a gente, os filhos e filhas, verem as suas mães envelhecerem daquele género de envelhecimento que já não é amadurecimento mas sim quase uma ameaça de termos perante nós a sua queda eminente, como fruto caído de uma árvore a que devemos chamar de árvore da vida.
Custa aos filhos e filhas, e aos netos e netas... Lindo texto sobre uma mulher verdadeiramente especial e nunca esquecida.
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