domingo, 18 de maio de 2014

Crônicas da copa de 2014 - I - aquela alegria que nos foge agora... - Por Se Gyn


Crônicas da copa de 2014 - I - aquela alegria que nos foge agora...  - Por Se Gyn

Era uma situação que, de tão esquisita, parecia engraçada: um país que não tinha boa escola, bons serviços de saúde, garantia de segurança pública, nem nada - tudo por fazer ou refazer. Mas, alguém inventou que a Copa do mundo de 2014 seria no Brasil - sabe como é, uma vitrina para mostrar a pujança do país, que entrara num ciclo virtuoso em todos os setores, no período que se seguiu à redemocratização do país.

Parecia estupendo. De esfregar as mãos. E é claro que, para ser vitrine, o país teria que se superar - o que era um desafio quase antropológico, considerando tudo (inclusive os governos de plantão). No lugar da malandragem, compromisso; em vez de improviso, competência; substituindo o oportunismo, o foco nos dividendos da copa.

Ante tais premissas, não haveria erro, o país projetaria uma imagem positiva e moderna ao mundo, o que, por sua vez, atrairia atenção, respeito e investimentos. Investimentos governamentais? «Não, não!», diziam, tudo seria viabilizado através de parcerias e participação da iniciativa privada. Inclusive para construir um estádio no Ceará que depois, correria o risco de ficar desperdiçado? Oxe! E o preço? coisa próxima de 10 bilhões de reais, muito pouco, perto do dividendo esperado.

O paraíso - Copa do Mundo no Brasil, alegria geral e reeleição! Estava tudo certo - tudo calculado...

E veio a realidade. E veio o choque decorrente. A coisa seria tocada pelos administradores públicos brasileiros, com o dinheiro dos contribuintes. Quase trinta bilhões torrados nas obras. Suspeitas de mutretas de toda natureza. Atrasos. Improvisação geral. Projetos deixados pela metade (o que é o ideal para muita gente, pois vai gerar retrabalho e mais contratações depois do evento).

Leia este tema completo a partir de 20 de Maio de 2014 carregando aqui

1 comentário:

  1. Caro amigo virtual e tribuno dos campos dos Goyazes,

    Sou solidário com suas inquietudes; realmente o Brasil (através do ex, sempre presente, sem medo, sem dedo, presidente) exagerou na dose ao trazer dois torneios da maior importância mundial para o país, quase simultaneamente sem, no entanto, cuidar da casa para receber as visitas. Escrevo esse comentário há quinze dias do início da Copa 2014 de Futebol e noto na maior cidade do hemisfério sul (São Paulo), pouca movimentação. Desde que aqui cheguei, nos anos sessenta do século passado, nunca vi tamanha falta de entusiasmo para uma Copa do Mundo! Surpreendi-me nessa manhã de terça feira (27/05/2014) com uma movimentação no condomínio onde moro: estão colocando bandeirinhas verde amarelas nas ruas internas. Parece-me, talvez pelo inesperado evento, que estão enfeitando nosso condomínio com motivos da copa,porém de modo escamoteado, para que ninguém que passe pela rua fora do condomínio veja; em segredo!!!!
    Caro Se Gyn, creio que nos mais de quatro anos, desde o "sorteio" para a copa do Mundo (e da Sede da Olimpíada), o país teria condições de preparar as cidades sedes que, a meu ver não deveriam de passar de três (e não de doze, como foi feito). O presidente à época quis dar, com dinheiro alheio, um presente ao time do Corinthians (suposto time do qual nosso ex dizia simpatizante e que era o único da cidade que não tinha estádio) de São Paulo: deu-lhes o Itaquerão; atitude demagógica e carente de sentido. Digo isso porque 80% do dinheiro usado é público. Acho até possível, pela afabilidade do povo, que a copa vá ocorrer num clima ameno, com pouquíssimas eclosões de revolta aqui e acolá. E cidades como Manaus, poderão finalmente ter algumas escolas funcionando dentro do estádio padrão FIFA, enquanto onças e macacos passeiam pelo gramado que se transformará, por falta de times e de jogos, em parte da hévea brasiliensis. E depois do vexame, com a seleção chegando talvez ao quarto lugar, se tanto, vem a eleição presidencial, onde os pústulas de plantão deverão lamentar que não foi possível usar o futebol como fonte de votos do situacionismo. E, dentro de mais dois anos, ainda teremos o vexame da Olimpíada no Rio de Janeiro, onde até hoje não se construiu sequer um metro de pista de atletismo, sem falar nas piscinas, nos ginásios esportivos e nos locais de concentração dos atletas. Tomara, amigo goiano, que nós dois estejamos equivocados.
    -Vai Neymar!!!!!!!!!!!!!!!

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