segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Poesia de Ilona Bastos- A Vinha e a Esperança; A chuva; Os Balanços do Vendaval


Poesia de Ilona Bastos- A Vinha e a Esperança; A chuva; Os Balanços do Vendaval

 

 A Vinha e a Esperança

 

 Agora, é a videira que se enche de parras e de uvas,
 que cresce, afoita, num reboliço de gavinhas,
 limbos, pecíolos, bainhas, e que se expande sobre o muro,
 galgando-o magnificamente, desafiando a rua,
 debruçando-se, viçosa, com seus cachos caprichosos,
 sobre os carros, as carrinhas e os apressados peões.
 Nada teme esta videira citadina, tão tranquilamente verde,
 tão essencialmente terra, água e sol, tão fiel a si mesma!
 .
 Pudéssemos nós, humanos, conhecer a nossa natureza,
 Interiorizá-la, assumi-la, vivê-la, expressá-la,
 independentemente do solo onde nascemos
 e dos obstáculos que a vida nos coloca,
 indiferentemente das modas e passageiras seduções.
 Seríamos o Homem na sua identidade perfeita,
 íntegro defensor do Amor, da Paz universal e do Bem.
 Tão natural nos seria sermos humanos como à vinha é ser vinha.
 .
 Na vinha encontro a plenitude, a beleza do ser.
 Enquanto os homens continuarem a plantar vinhas na cidade,
 alguma esperança haverá para o Mundo!

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