Jornal Raizonline nº 257 de 15 de Outubro de 2014- COLUNA UM - Daniel Teixeira - Coisas das guerras
Já aqui uma vez contei que nos meus tempos de escola foi-me dado ler um conto de um reconhecido autor português clássico, em que se fazia referência ao que as relações de proximidade ou afastamento trazem aos relatos de acontecimentos.
Lembro-me que nesse conto se começava por ler nas páginas de um jornal (Início do Sec. XX) que tinha havido um desastre de comboio na India onde tinham morrido cem pessoas. Os ouvintes, os familiares, lamentaram o acontecimento, mostrando até alguma «pena» dos falecidos e pelo acontecido e passaram logo a outro motivo de conversa.
Acontece que uma vizinha ao lado, igualmente classe alta (embora isso não interesse para aqui) tinha mandado o seu criado a casa destes pedindo ajuda porque tinha caído uma queda e não sabia se tinha alguma coisa de grave numa perna.
Foi o rebuliço total, mulheres e homens da casa saíram correndo oferecendo os seus préstimos, dispostos até a ir buscar o médico à vila que era longe e aconselhando chás e outras coisas para as dores da infeliz senhora.
A ideia do escritor era a de ilustrar precisamente o que as relações de proximidade e da distância fazem, deixando claro que cem mortos na India era menos, naquele caso, do que a perna provavelmente partida da vizinha.
Nós estamos, felizmente, longe das guerras que varrem esse mundo (ou talvez nem tanto assim), algumas delas ainda mais chocantes se possível por serem acompanhadas de actos bárbaros que todos julgávamos afastadas da nossa história, embora a guerra na ex - Jugoslávia não esteja assim tão longe e nem sequer o holocausto dos judeus. Isto sem contar com as nossas (portuguesas) que também não tiveram coisas exemplares.
Já aqui uma vez contei que nos meus tempos de escola foi-me dado ler um conto de um reconhecido autor português clássico, em que se fazia referência ao que as relações de proximidade ou afastamento trazem aos relatos de acontecimentos.
Lembro-me que nesse conto se começava por ler nas páginas de um jornal (Início do Sec. XX) que tinha havido um desastre de comboio na India onde tinham morrido cem pessoas. Os ouvintes, os familiares, lamentaram o acontecimento, mostrando até alguma «pena» dos falecidos e pelo acontecido e passaram logo a outro motivo de conversa.
Acontece que uma vizinha ao lado, igualmente classe alta (embora isso não interesse para aqui) tinha mandado o seu criado a casa destes pedindo ajuda porque tinha caído uma queda e não sabia se tinha alguma coisa de grave numa perna.
Foi o rebuliço total, mulheres e homens da casa saíram correndo oferecendo os seus préstimos, dispostos até a ir buscar o médico à vila que era longe e aconselhando chás e outras coisas para as dores da infeliz senhora.
A ideia do escritor era a de ilustrar precisamente o que as relações de proximidade e da distância fazem, deixando claro que cem mortos na India era menos, naquele caso, do que a perna provavelmente partida da vizinha.
Nós estamos, felizmente, longe das guerras que varrem esse mundo (ou talvez nem tanto assim), algumas delas ainda mais chocantes se possível por serem acompanhadas de actos bárbaros que todos julgávamos afastadas da nossa história, embora a guerra na ex - Jugoslávia não esteja assim tão longe e nem sequer o holocausto dos judeus. Isto sem contar com as nossas (portuguesas) que também não tiveram coisas exemplares.
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