Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - ANOITECER; A CAMINHO DO NORTE
ANOITECER
Espreito quase ininterruptamente à janela,
E para além de vestes abanadas pelo vento,
Rostos desconhecidos,
Não vejo nada.
é um domingo qualquer,
à espera de ti,
E vedam-me a visão,
Persianas envelhecidas,
Paredes intransponíveis,
Nuvens de poeiras esquálidas,
Portas trancadas opacas.
Neste domingo de horas curtas,
Quase no fim,
Ainda espero por ti.
Espero por ti,
Espreito à janela
E apenas se me deparam paisagens mórbidas,
Ou qualquer sonho inatingível.
Apetecia-me o mar,
O longe...
Afaga-me a «Rosa em Botão»
Do poema de Vinicius.
O mar não me chamou,
Partiu não me levou.
O céu não me quis ver,
Partiu sem me dizer.
Havia uma palavra azul
Que me estendia os braços,
Que me levava pela mão,
Que me beijava os dedos,
Mas morreu.
Morreu de sede,
De fome,
E de saudades do mar
Que lhe afagava as raízes.
Costumava falar-me de ti com carinho.
A cada instante,
Embrenhava-me na paisagem tranquila daquelas horas,
E sonhava...
Não sei porque espero por ti.
Não sei porque espero por alguém...
Ainda espreito à janela,
E escorre dos vidros um silêncio negro,
Como o negrume de minha ansiedade.
Escrevo para ti,
Porque não posso falar contigo.
Minhas falas morreram,
E foram com a enchente do rio,
Na hora da tempestade.
Escrevo para ti,
Para estar mais perto de ti,
Nesta hora de crepúsculo
De pensamentos desnudos,
Conscientes da verdade.
Cremilde Vieira da Cruz
Leia este tema completo a partir de 26 de Novembro de 2014 carregando aqui
ANOITECER
Espreito quase ininterruptamente à janela,
E para além de vestes abanadas pelo vento,
Rostos desconhecidos,
Não vejo nada.
é um domingo qualquer,
à espera de ti,
E vedam-me a visão,
Persianas envelhecidas,
Paredes intransponíveis,
Nuvens de poeiras esquálidas,
Portas trancadas opacas.
Neste domingo de horas curtas,
Quase no fim,
Ainda espero por ti.
Espero por ti,
Espreito à janela
E apenas se me deparam paisagens mórbidas,
Ou qualquer sonho inatingível.
Apetecia-me o mar,
O longe...
Afaga-me a «Rosa em Botão»
Do poema de Vinicius.
O mar não me chamou,
Partiu não me levou.
O céu não me quis ver,
Partiu sem me dizer.
Havia uma palavra azul
Que me estendia os braços,
Que me levava pela mão,
Que me beijava os dedos,
Mas morreu.
Morreu de sede,
De fome,
E de saudades do mar
Que lhe afagava as raízes.
Costumava falar-me de ti com carinho.
A cada instante,
Embrenhava-me na paisagem tranquila daquelas horas,
E sonhava...
Não sei porque espero por ti.
Não sei porque espero por alguém...
Ainda espreito à janela,
E escorre dos vidros um silêncio negro,
Como o negrume de minha ansiedade.
Escrevo para ti,
Porque não posso falar contigo.
Minhas falas morreram,
E foram com a enchente do rio,
Na hora da tempestade.
Escrevo para ti,
Para estar mais perto de ti,
Nesta hora de crepúsculo
De pensamentos desnudos,
Conscientes da verdade.
Cremilde Vieira da Cruz
Leia este tema completo a partir de 26 de Novembro de 2014 carregando aqui
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