terça-feira, 11 de novembro de 2014

Admiração - Texto de Maria Alvaro


Admiração - Texto de Maria Alvaro

«Parecia-me que a Terra não seria habitável se não houvesse alguém que eu pudesse admirar»
Simone de Beauvoir

Com excepção sobretudo do Amor materno, mas também do fraterno, filial, de amizade ou de amor/empatia pelo próximo, julgo que nenhum tipo de amor entre casal resistirá com facilidade a uma ausência do sentimento de admiração.

 Como Simone de Beauvoir afirma, o mundo «não seria habitável» se não conseguíssemos encontrar num outro uma estrutura física e psicológica que nos suscitasse encantamento. A admiração pode existir sem amor, mas creio que o amor não subsiste sem admiração.

 Quando a admiração é exclusivamente física, ela e o amor ficam mal calçados, uma vez que o aspecto físico se deteriora com o tempo. Se for de caráter psicológico, intelectual ou espiritual, essa admiração pode vir a ser reforçada com o tempo...

 Admiração é, na minha opinião, o seio que alimenta o amor. Estão incluídos nela os ingredientes reforçadores do respeito, do sentimento de extremo interesse pela diferença e pela estranheza em relação a nós próprios, do sentimento de certa pequenez da nossa parte perante a (parcial) grandiosidade do/a parceiro/a, do desejo de proximidade e toque, da permanente contemplação e busca pelo que nos agrada nesse ser, da alegria e orgulho de constatar algo que lhe dá destaque face aos restantes, do desejo de fusão nessa (para nós) preciosa receita de joalharia humana e, finalmente, da vontade de também ser mutuamente admirado e amado por esse ente querido.


Leia este tema completo a partir de 12 de Novembro de 2014 carregando aqui

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