Serões de Inverno - Escreve - António Afonso
Para compreender melhor esta crónica, devemos situar-nos, em termos de tempo, nos anos 50 do século passado, num lugar remoto no Nordeste Algarvio, a rádio não era extensiva a todos, a televisão não tinha chegado e os outros meios de comunicação, alguns não tinham nascido.
Ao final da tarde, ao regressarmos da escola, tínhamos de realizar tarefas que nos tinham sido confiadas previamente, como sejam: ir ao poço buscar água, alimentar os animais, preparar a lenha para alimentar a lareira durante a noite, etc. Conjugávamos então parcerias com os amigos e tudo se resolvia, airosamente, desta forma de ajuda mútua.
Era à luz da candeia ou do Petromax, que iluminavam quase nada (por isso havia tantos meninos «curtos de vista»), que fazíamos os trabalhos de casa, auxiliados por os mais velhos que nos ajudavam na leitura de palavras esquisitas, problemas deveras bicudos, com várias casas decimais e torneiras que debitavam vários hectolitros por minuto e tanques com enormes capacidades, muito maiores que a capacidade mental de um aluno de dez anos. O meu preceptor era o António Miguel, rapaz metódico e aplicado que me tentava explicar aqueles enigmas.
Para compreender melhor esta crónica, devemos situar-nos, em termos de tempo, nos anos 50 do século passado, num lugar remoto no Nordeste Algarvio, a rádio não era extensiva a todos, a televisão não tinha chegado e os outros meios de comunicação, alguns não tinham nascido.
Ao final da tarde, ao regressarmos da escola, tínhamos de realizar tarefas que nos tinham sido confiadas previamente, como sejam: ir ao poço buscar água, alimentar os animais, preparar a lenha para alimentar a lareira durante a noite, etc. Conjugávamos então parcerias com os amigos e tudo se resolvia, airosamente, desta forma de ajuda mútua.
Era à luz da candeia ou do Petromax, que iluminavam quase nada (por isso havia tantos meninos «curtos de vista»), que fazíamos os trabalhos de casa, auxiliados por os mais velhos que nos ajudavam na leitura de palavras esquisitas, problemas deveras bicudos, com várias casas decimais e torneiras que debitavam vários hectolitros por minuto e tanques com enormes capacidades, muito maiores que a capacidade mental de um aluno de dez anos. O meu preceptor era o António Miguel, rapaz metódico e aplicado que me tentava explicar aqueles enigmas.
Sem comentários:
Enviar um comentário