Poesia de Xavier Zarco - o poema da minha rua teima; A FAUSTO; Uma ode alcaica, que hoje estou virado para isto!
o poema da minha rua teima
o poema da minha rua teima
em negar a rotação
da terra
enquanto se deita a ver
o sol que nasce e se ergue e se põe
imagina o mesmo que outros
antes dele imaginaram
uma espécie de orfeu e de eurídice
para o sol e a lua
por vezes ambos surgem nas alturas
talvez
diz o poema
seja efeito da música de orfeu
que seus próprios sentidos engana
talvez
como talvez a terra gire em torno
do sol talvez
como talvez não seja efeito algum
de música alguma
mas dos copos bebidos ao final
da tarde no café da dona isilda
e do senhor agostinho
no mercado das almas de freire
talvez
mas não é talvez
a altura em que o poema se consola
livre que está de cirurgias
mesmo que estéticas
dormindo inacabado no caderno
sonhando desejando ali ficar
simplesmente inacabado
porque poema algum deseja o fim
sufocar entre páginas de um livro
condenado ao pó
ao pó da indiferença
enquanto isso
o poeta despede-se do verso
do último verso escrito
como se alguma vez se despedisse
bebe cerveja e pergunta
artur
como andam os gatos
Xavier Zarco
Leia este tema completo a partir de 12 de Agosto de 2014 carregando aqui
o poema da minha rua teima
o poema da minha rua teima
em negar a rotação
da terra
enquanto se deita a ver
o sol que nasce e se ergue e se põe
imagina o mesmo que outros
antes dele imaginaram
uma espécie de orfeu e de eurídice
para o sol e a lua
por vezes ambos surgem nas alturas
talvez
diz o poema
seja efeito da música de orfeu
que seus próprios sentidos engana
talvez
como talvez a terra gire em torno
do sol talvez
como talvez não seja efeito algum
de música alguma
mas dos copos bebidos ao final
da tarde no café da dona isilda
e do senhor agostinho
no mercado das almas de freire
talvez
mas não é talvez
a altura em que o poema se consola
livre que está de cirurgias
mesmo que estéticas
dormindo inacabado no caderno
sonhando desejando ali ficar
simplesmente inacabado
porque poema algum deseja o fim
sufocar entre páginas de um livro
condenado ao pó
ao pó da indiferença
enquanto isso
o poeta despede-se do verso
do último verso escrito
como se alguma vez se despedisse
bebe cerveja e pergunta
artur
como andam os gatos
Xavier Zarco
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