segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Poesia de Xavier Zarco - o poema da minha rua teima; A FAUSTO; Uma ode alcaica, que hoje estou virado para isto!


Poesia de Xavier Zarco - o poema da minha rua teima; A FAUSTO; Uma ode alcaica, que hoje estou virado para isto!




o poema da minha rua teima



 o poema da minha rua teima
 em negar a rotação
 da terra
 enquanto se deita a ver
 o sol que nasce e se ergue e se põe
 imagina o mesmo que outros
 antes dele imaginaram
 uma espécie de orfeu e de eurídice
 para o sol e a lua
 por vezes ambos surgem nas alturas
 talvez
 diz o poema
 seja efeito da música de orfeu
 que seus próprios sentidos engana
 talvez
 como talvez a terra gire em torno
 do sol talvez
 como talvez não seja efeito algum
 de música alguma
 mas dos copos bebidos ao final
 da tarde no café da dona isilda
 e do senhor agostinho
 no mercado das almas de freire
 talvez
 mas não é talvez
 a altura em que o poema se consola
 livre que está de cirurgias
 mesmo que estéticas
 dormindo inacabado no caderno
 sonhando desejando ali ficar
 simplesmente inacabado
 porque poema algum deseja o fim
 sufocar entre páginas de um livro
 condenado ao pó
 ao pó da indiferença
 enquanto isso
 o poeta despede-se do verso
 do último verso escrito
 como se alguma vez se despedisse
 bebe cerveja e pergunta
 artur
 como andam os gatos

Xavier Zarco



Leia este tema completo a partir de 12 de Agosto de 2014 carregando aqui

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