Eduardo Ferreira Moura - As Primeiras Pererecas
Desde muito cedo descobri que Física pode ser frustrante, principalmente quando funciona. Em todas as farmácias e padarias, e nunca entendi porque exatamente nesses estabelecimentos, haviam máquinas em que depositávamos moedas de vinte e cinco centavos, e após girarmos uma manivela faziam nada.
Uma manivela, veja só, acho que os filhos do Século XXI não sabem o que é isso. Então era necessário chamar o balconista, que depois de uns tabefes na máquina, normalmente vermelha e com uma redoma de vidro, te entregava umas bolinhas incríveis.
Chamávamos de bolinha pula pula ou simplesmente perereca. Algumas máquinas também cuspiam chiclete, o que inevitavelmente me compelia a colocar as pererecas na boca para ter certeza do que acabara de comprar.
Foram dezenas as pererecas que tive antes dos dez anos, a maioria obtida através do dinheiro roubado do pires do buda que decorava a sala de estar da vovó. Pererecas absolutamente incríveis, de padrões caleidoscópicos e que pulavam indefinidamente em matéria de trajetória e intensidade.
Foram dezenas as pererecas que tive antes dos dez anos, a maioria obtida através do dinheiro roubado do pires do buda que decorava a sala de estar da vovó. Pererecas absolutamente incríveis, de padrões caleidoscópicos e que pulavam indefinidamente em matéria de trajetória e intensidade.
Tinham o diâmetro perfeito para interromper a glote dos menos afortunados ou rolarem por debaixo das solas desavisadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário