Gabriela Canavilhas já faz balanço e crítica oposição
"As circunstâncias ditaram que talvez seja esta a minha última visita oficial a Serralves. Posso vir amanhã demissionária, mas hoje ainda é a minha última visita oficial", disse dia 24 a ministra da Cultura na apresentação da exposição "Recordações da Casa Rosa", na Casa de Serralves. O facto de a visita a Serralves poder ser a sua última mereceu reflexão por parte de Gabriela Canavilhas, que se emocionou ao recordar o trabalho realizado ao longo dos 16 meses que esteve à frente do Ministério da Cultura. "Na área das Artes, falou-se sobretudo no corte aos apoios, na redução do Orçamento do Estado para a Cultura num clima de incredibilidade da descoberta de que o Estado, afinal, se tem vindo a comprometer em níveis de apoio de todo o tipo, superiores às suas reais possibilidades, face às consequências da revolução económica que assolou o mundo nos últimos dois anos", disse. Gabriela Canavilhas acredita que, talvez agora, as pessoas compreendam melhor as suas preocupações e percebam que "com a responsabilidade política vem também a responsabilidade política e de gestão". A ainda ministra da Cultura criticou "a precipitação dos partidos da oposição e das forças sociais" que compromete decisivamente "a responsabilidade governativa e a gestão financeira do país". Para a responsável do ministério, ficam para o futuro, "fruto de intenso trabalho legislativo e de criação de consensos entre os respectivos sectores para aprovação na próxima legislatura", a revisão da lei do cinema, a lei da cópia privada, a regularização do depósito legal das imagens em movimento, o estatuto do bailarino, a fusão dos teatros nacionais na OPART, e a criação de um fundo para a internacionalização da cultura portuguesa. A ministra da Cultura recordou ainda que, no último mês, "a cultura foi descriminada positivamente e em contra-ciclo em nome do reconhecimento como fonte de bem-estar, de criação de riqueza e de identidade nacional", tendo conquistado novas formas de financiamento. "Fez-se uma política de proximidade, de contacto permanente com as instituições e com as autarquias, indo ao encontro dos cidadãos. Descobri um Portugal maravilhoso, muito rico e muito mais preservado do que se pensa e com uma fortíssima ligação às populações e com um património imaterial extraordinário", acrescentou Gabriela Canavilhas. A ministra realçou a ideia de que "fazer política cultural não é fazer para o dia a seguir, nem para o ano a seguir, mas sim para o futuro". (ES)
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