«Eu tenho uma grande arte: eu firo, duramente, aqueles que me ferem...»
Rubem Fonseca
Será que todos fazem, todos gostam, todos praticam? Será que tem coisa melhor que a vida dos outros? Meu pai dizia que é pecado fofocar, mas, é divertido. Uma fofocazinha de vez em quando apimenta aqueles tediosos jantares em família, é muito salutar numa igreja – entre um padre -nosso e outro – e, na política então, nem se fala, ou melhor, fala-se a todo momento.
Por que faz sucesso? Porque assim você tem a ilusão de estar vivendo a vida do outro, principalmente se o outro é uma celebridade e você, o piolho no rabo do cachorro vira - lata. Então, vamos fofocar? E é uma sensação tão agradável, parece que a gente se apodera da vítima, ao mesmo tempo em que se vinga da sociedade madrasta que a transformou numa «personagem»enquanto lhe deu, no palco da vida, o papel de zé-ninguém.
_ Vamos espalhar, logo, essa fofoca, pois amanhã pode ser mentira e não ter mais graça.
Fofoca é o nome engraçado de mexerico, maledicência, fuxico, bisbilhotice, mau – caratismo, más línguas e, muitas vezes, um sinónimo de inveja.
_ Se não posso ser como ele, vou desmoralizá-lo!
Mas, esse comportamento de lavadeira, chamado fofoca, só vai adiante porque, ouvidos semelhantes ao do fofoqueiro se comprazem em ouvir e espalhar. Asa pessoas ouvem e espalham sem se preocupar em conferir a fonte como fazem os bons jornalistas.
A indústria da fofoca acabaria num piscar d’olhos se o ouvinte chegasse até a vítima e dissesse:
_ Olha, estão espalhando esse mexerico sobre você, quero ouvir a sua versão.
Pronto, acabava ai. Ou não?
Leia este tema completo a partir de 10 de Dezembro de 2014 carregando aqui
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