Prosa Poética de Maria Petronilho - Olhinhos de água
A nuvem menina, que se condensara na fria alvorada, abriu os olhos de água e espreguiçou-se em respingos de alegria, fazendo brilhar arcos íris cada vez que um raio de sol nascente lhe tocava.
Arremessou a capa branca de algodão e debruçou-se curiosa, lá do alto.
Viu o chão cinzento e negro, até onde a vista alcançava.
Boiava num azul límpido e fundo.
Achou estranho o contraste entre a alegria lá no alto e a tristeza que avistara ao longe.
Um menino muito loiro espreitava no horizonte, sacudindo a cabeleira fulgente, e ria, ria… a desafiá-la para brincar.
Mas de cada vez que se aproximava, a nuvenzinha ia ficando mais pequena.
Lembrou-se da escuridão que vira e sentiu muita pena.
Chegou-se mais perto do chão, onde galhos moribundos lhe estendiam os braços, talos amarelos em clareiras na calvície tostada, espinhos…
A nuvem menina, que se condensara na fria alvorada, abriu os olhos de água e espreguiçou-se em respingos de alegria, fazendo brilhar arcos íris cada vez que um raio de sol nascente lhe tocava.
Arremessou a capa branca de algodão e debruçou-se curiosa, lá do alto.
Viu o chão cinzento e negro, até onde a vista alcançava.
Boiava num azul límpido e fundo.
Achou estranho o contraste entre a alegria lá no alto e a tristeza que avistara ao longe.
Um menino muito loiro espreitava no horizonte, sacudindo a cabeleira fulgente, e ria, ria… a desafiá-la para brincar.
Mas de cada vez que se aproximava, a nuvenzinha ia ficando mais pequena.
Lembrou-se da escuridão que vira e sentiu muita pena.
Chegou-se mais perto do chão, onde galhos moribundos lhe estendiam os braços, talos amarelos em clareiras na calvície tostada, espinhos…
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