quarta-feira, 2 de julho de 2014

Poesia de Sylvia Beirute - Premissa de tempo ; Ilusões conclusivas; Página em branco; Definições


Poesia de Sylvia Beirute - Premissa de tempo ; Ilusões conclusivas; Página em branco; Definições


 Premissa de tempo



 começo onde acabas, ou onde estás quase a terminar, ou ainda
 onde já acabaste mas tens uma palavra a dizer.
 começo onde acabas e acabo onde acabas ou numa
 das outras hipóteses. } sou exígua e o meu tamanho
 varia consoante as tuas premissas de tempo.
 neste lugar a respiração é imaginada e assim queimada
 pelo sol, o meu corpo assim apaziguado ouve uma
 sombra exaustiva e perpétua como o outono caótico
 dentro de um sonho infinito. um dia, quando atingirmos
 o ponto zero, começaremos de novo a existir, sem que ninguém
 comece ou acabe onde o outro comece ou acabe,
 e, sobretudo, sem que haja palavras que falem.

Sylvia Beirute 




 

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