Poesia de Sylvia Beirute - Premissa de tempo ; Ilusões conclusivas; Página em branco; Definições
Premissa de tempo
começo onde acabas, ou onde estás quase a terminar, ou ainda
onde já acabaste mas tens uma palavra a dizer.
começo onde acabas e acabo onde acabas ou numa
das outras hipóteses. } sou exígua e o meu tamanho
varia consoante as tuas premissas de tempo.
neste lugar a respiração é imaginada e assim queimada
pelo sol, o meu corpo assim apaziguado ouve uma
sombra exaustiva e perpétua como o outono caótico
dentro de um sonho infinito. um dia, quando atingirmos
o ponto zero, começaremos de novo a existir, sem que ninguém
comece ou acabe onde o outro comece ou acabe,
e, sobretudo, sem que haja palavras que falem.
Premissa de tempo
começo onde acabas, ou onde estás quase a terminar, ou ainda
onde já acabaste mas tens uma palavra a dizer.
começo onde acabas e acabo onde acabas ou numa
das outras hipóteses. } sou exígua e o meu tamanho
varia consoante as tuas premissas de tempo.
neste lugar a respiração é imaginada e assim queimada
pelo sol, o meu corpo assim apaziguado ouve uma
sombra exaustiva e perpétua como o outono caótico
dentro de um sonho infinito. um dia, quando atingirmos
o ponto zero, começaremos de novo a existir, sem que ninguém
comece ou acabe onde o outro comece ou acabe,
e, sobretudo, sem que haja palavras que falem.
Sylvia Beirute
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