domingo, 29 de junho de 2014

O REGRESSO DO PANTUFA - Conto Infanto - Juvenil de Avómi (Cremilde Vieira da Cruz)


O REGRESSO DO PANTUFA - Conto Infanto - Juvenil de Avómi (Cremilde Vieira da Cruz)

Recordam-se do Carlinhos, aquele menino que estava muito triste, porque o Pantufa não tinha vindo visitá-lo no ano anterior.....?

 Precisamente no primeiro dia de Primavera, um lindo dia de Março, o Carlinhos acordou com um chilrear encantador. Correu para a janela do quarto, abriu-a de par em par e o que os seus olhos observaram, é difícil de descrever, já que os pássaros eram às dezenas e voavam em todas as direcções: de tal maneira, que por mais que o Carlinhos procurasse, não conseguiu, entre tantos, descobrir o Pantufa.

Ficou extasiado, de facto, com a passarada, mas no fundo continuou triste, porque o Pantufa que tinha por hábito bater à janela do seu quarto, ainda o não tinha feito, o que o levou a concluir que, uma vez mais, não viria visitá-lo.

 Como ainda era bastante cedo, o Carlinhos voltou para a cama, chorando em silêncio. Porém, mal se tinha tapado com o edredão, pareceu-lhe ouvir bater à janela e pôs-se à escuta. Passou um bocado e não voltou a ouvir nada.

 O Carlinhos estava cada vez mais triste, tapou a cabeça, para que os pais não ouvissem os seus soluços, mas acabou por adormecer. Entretanto, sonhou que vivia numa terra muito bonita, circundada dos jardins mais floridos que jamais imaginara, com árvores de várias espécies, carregadas de ninhos de passarinhos, à roda dos quais os pais voavam ininterruptamente.

Quando acordou, pôs-se a relembrar o sonho tão bonito, mas voltou a ficar triste, porque ainda que em sonho, não vira o Pantufa. Estava quase a chorar de novo, quando ouviu umas pancadinhas na janela e, de um pulo, chegou até ela e abriu-a.
- Querido Pantufinha do meu coração, tenho andado tão preocupado com a tua ausência! – exclamou ele com lágrimas nos olhos.

 O Pantufa sorriu, deu-lhe uma bicadinha nas mãos, mas parecia preocupado e distante, não disse nada ao Carlinhos e voltou a voar. O menino, desesperado, seguiu-o com o olhar por algum tempo, atéque o perdeu de vista. Então é que se convenceu que não o veria mais, e chorou desesperadamente.


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