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Portugal não fechou portas com a saída da Família Real em 1807 “O Reino sem Corte - A vida em Portugal com a Corte no Brasil” é uma pbra coordenada por M.ª Adelina Amorim e Ana Leal de Faria e conta com a participação de 15 investigadores de diferentes áreas, e resulta de um congresso sobre a temática, realizado em Dezembro de 2007. “A nossa ideia era perceber como se vivia aqui [em Portugal] depois de partir a Família Real, pois não foram todos, foi quem pôde”, explicou a historiadora. “Com a Família Real nem foi, sequer, a corte toda, foram 10.000 pessoas o que já é muito para a época, mas ficaram em Portugal muito mais”, acrescentou. M.ª Adelina Amorim argumentou que “hoje se retirou definitivamente a ideia de que a Família Real fugiu, foi uma estratégia. O Rei D. João VI era um grande estratega e conseguiu enganar ingleses e franceses”. A historiadora referiu que a expressão “ficar a ver navios” surgiu nesta altura “quando os franceses chegaram a Lisboa e só viram os navios já muito longe”. A obra aborda vários aspetos desde a alimentação à Igreja, música, o palácio real e o poder político. A historiadora contou que “por exemplo, nos palácios reais em Portugal continuava-se a comemorar as datas da Família Real como se fazia no Brasil”. A obra divide-se em três partes: “Memórias” (o que escreveram e o que aconteceu na ausência da Corte em Portugal), “Sociabilidades e Práticas Culturais”, e “Polémicas e Debates”. Nas “Sociabilidades” um dos textos salientados pela coordenadora é sobre a fundação, nesta época das associações mutualistas, de Maria de Fátima Reis. Na terceira parte, a historiadora salientou um artigo aborda a Casa da Rainha Carlota Joaquina, sobre a qual historiadora Maria Paula Lourenço refere como um “contra poder”. “Esta obra – sublinhou – ao contrário do que fazia a historiografia tradicional que acompanhava o Rei, procurou perceber o que se passou no território europeu português”. Colaboram neste livro, além dos investigadores citados, António Marques de Almeida, Maria José Craveiro, Fernando Cristóvão, Luís Sawaya, Zília Brumonf Braga, Maria Fernanda Reis, e Arno Wheling, presidente do Instituto Histórico-Geográfico do Brasil. (ES) |
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